A Deusa Hera prometeu ajudar Jasão, mas Zeus contraria severamente essa ajuda. Jasão, como todos os mortais, é reconhecidamente uma peça no jogo que os deuses jogam entre si. Jasão fica limitado a evocar apenas por cinco vezes o auxílio da deusa e, fica a saber por ela num desses pedidos, que o Velo de Ouro realmente existe e que se encontra na Cólquida, reino estabelecido do outro lado do mundo, com uma entrada no porto de mar muito parecida com esta na foto acima e que tanto nos faz lembrar esta cidade fascinante.
Os argonautas enfrentam vários perigos durante a viagem.
A calmaria do tempo faz com que Jasão vá pedir a ajuda de Hera pela primeira vez. Esta guia-os para a ilha de Bronze, antiga oficina do deus Hefesto, onde os argonautas se confrontam com a gigantesca e magnifica estátua de bronze de Talos. Procuram a seguir pelo velho adivinho cego, Fineu, para que este lhes indique o caminho correto para a Cólquida. Entretanto, livram-no do ataque diário de duas Harpias que lhe roubam vezes sem conta as refeições por ordem de Zeus, para puni-lo pelo mau uso de seu poder. Fineu indica-lhes o caminho, passando pelas Simplégadas, o atual estreito do Bósforo, onde o desmoronamento das encostas rochosas ameaçam matá-los. Fineu ainda lhes deu um amuleto que ao ser jogado ao mar, invoca um Tritão que segura os lados do estreito, auxiliando-os assim na sua penosa passagem.
Pelo menos é assim que eu recordo esse magnífico livro que já li há muito tempo, mas do qual nunca mais me esqueci, desse escritor genial da Mitologia Helénica Menelaos Stephanides, que também escreveu entre outros – Os Deuses do Olimpo - Prometeu, os homens e outros mitos e Ilíada: a guerra de Troia. Livros que na minha opinião merecem bem ser lidos.
La Rochelle encontra-se localizada no sudoeste de França num porto marítimo na Baía de Biscaia, uma parte do Oceano Atlântico e é também a comuna mais populosa do departamento, ocupando o quinto lugar na região da Nova Aquitânia. É de facto uma "Porta oceânica" pela presença dos seus três portos de pesca, comércio e iates. Cidade de forte tradição comercial, o seu porto esteve ativo desde as origens e conheceu um importante desenvolvimento durante o período clássico até aos nossos dias.
A origem da cidade remonta ao período galo-romano, como provam os vestígios de salinas importantes e vilas. Os duques de Aquitânia concederam-lhe foral de porto franco em 1130. Com a abertura do mercado inglês após o segundo casamento de Leonor de Aquitânia em 1152, a presença dos Cavaleiros Templários e dos Cavaleiros de São João de Jerusalém, rapidamente transformou esta pequena cidade no maior porto do Atlântico da época.
A cidade é detentora de uma história muito rica onde se inclui a emblemática torre de Saint-Nicholas além do seu extraordinário património urbano. Uma cidade com funções portuárias e industriais muito importantes, tem também um setor predominantemente administrativo que é reforçado por a sua Universidade e uma forte indústria do turismo em rápido desenvolvimento. Nos últimos anos, a cidade tem sido por diversas vezes classificada entre as cidades mais habitáveis da França.
A área de La Rochelle foi ocupada na antiguidade pela tribo gaulesa dos Santones, que deu seu nome à região vizinha de Saintonge e à cidade de Saintes. Posteriormente os Romanos ocuparam a área, onde desenvolveram a produção de sal ao longo da costa, bem como a produção de vinho, que foi exportado para todo o Império. La Rochelle foi fundada durante o século X e tornou-se um porto importante no século XII. O nome foi registrado pela primeira vez em 961 como Rupella, do um diminutivo latino que significa 'pequena pedra', e mais tarde foi conhecido como Rocella e Roscella antes do nome assumir a sua forma atual.
Os Cavaleiros Templários tiveram uma forte presença em La Rochelle desde antes da época de Eleonor de Aquitânia, que os isentou de funções e lhes deu moinhos na sua Carta de 1139. La Rochelle foi a maior base dos Templários no Oceano Atlântico, onde estacionaram a sua principal frota. Durante a Guerra dos Cem Anos em 1360, após o Tratado de Bretigny, La Rochelle voltou a ficar sob o domínio do monarca inglês, no entanto, acabaria por ser expulsos em junho de 1372, após a batalha naval de La Rochelle entre as frotas castelhano-francesa e inglesa. Durante o Renascimento, La Rochelle adotou ideais protestantes.
O calvinismo começou a ser propagado na região, resultando na sua supressão por meio do estabelecimento dos tribunais Cours présidiaux por Henrique II. Em 1864, o porto de La Rochelle foi o local para as primeiras experiências de mergulho do primeiro submarino mecanicamente motorizado do mundo, Plongeur, comandado por Marie-Joseph- Camille Doré, natural desta cidade. Durante a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha estabeleceu uma base naval submarina em La Pallice, o principal porto de La Rochelle. Considerada uma fortaleza alemã, La Rochelle foi a última cidade francesa a ser libertada no final da guerra. O cerco aliado de La Rochelle ocorreu entre 12 de setembro de 1944 e 7 de maio de 1945. A fortaleza, incluindo as ilhas de Ré e Oléron, foi mantida por um contingente de 20.000 soldados alemães comandados por o vice-almirante Ernst Schirlitz. Após negociações com o capitão da fragata da Marinha francesa, Meyer acabaria por aceitar a capitulação no dia 7 de maio e as tropas francesas entraram na cidade no dia seguinte. O porto foi escolhido em 2018 para o local da série de televisão alemã Das Boot, uma sequência do Clássico filme de 1981.
Uma cidade com muitos motivos para ser visitada e ficar a conhecer toda a sua magia e a sua história milenar, rica e cheia de interesse. Mais uma cidade que tivemos o privilégio de visitar e há qual gostaríamos de voltar um dia.
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