(... ao entrar na tenda de Sameh, Michi encontrou uma atmosfera escura. Ela havia estado ao sol por um tempo, por isso sua visão demorou alguns momentos para se adaptar à pouca luz lá dentro. Não havia velas ou lamparinas, apenas alguns pontinhos de claridade do sol que timidamente entravam por entre alguns furos no tecido surrado que cobria a tenda, criando bolinhas de luz no chão arenoso.
Sameh estava sentada em almofadas no chão, atrás de uma mesa baixa, fumando um cigarro longo usando uma piteira de madeira e com seus olhos prateados fixos em Michi. Ela tinha pele cor de cobre e sua aparência velha era marcada por tatuagens e adornada com joias coloridas. Usando um véu na cabeça e roupas de cores fortes, ela parecia ser uma figura misteriosa e pouco confiável. Um aroma estranho no ar, provavelmente algum tipo de perfume, impregnava a tenda mal iluminada, e havia objetos estranhos de decoração ao redor.
Sameh pegou o baralho de Tarot e dispôs as cartas para Michi que pegou uma carta e a entregou para a bruxa, sem antes virá-la. A mulher pegou a carta, olhou primeiro e depois a virou para Michi. "Infelicidade", disse a bruxa com um sorriso falso. "Mas por quê?", perguntou a jovem olhando para o desenho da carta, agora mais temerosa do que curiosa. "Você tirou A Torre", respondeu a bruxa. "É mesmo uma jovem sem sorte."
Michi tinha um pouco de má sorte, era verdade, mas ela não queria acreditar nisso e foi até a tenda de Sameh para ter uma resposta definitiva. No entanto, quando a bruxa anunciou a carta "A Torre" com um ar de falsa tristeza, Michi não conseguiu conter sua ironia e pensou "isso eu já sei, sua bruxa". Apesar disso, a jovem tinha receio de dizer qualquer coisa para Sameh, afinal, ela era uma bruxa e isso a deixava apreensiva.
Mas havia algo de estranho na voz da bruxa, algo que Michi não conseguia identificar. A atmosfera da tenda era opressiva, e ela começou a se sentir inquieta. Será que realmente deveria ter vindo até ali? Será que a bruxa sabia de algo que ela ainda não sabia?...)
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(...Michi entered Sameh's tent, she found a dark atmosphere. She had been in the sun for a while, so her vision took a few moments to adjust to the low light inside. There were no candles or lanterns, only a few points of sunlight timidly entering through some holes in the worn fabric that covered the tent, creating spots of light on the sandy floor.
Sameh was sitting on cushions on the floor, behind a low table, smoking a long cigarette using a wooden pipe and with her silvery eyes fixed on Michi. She had copper skin and her old appearance was marked by tattoos and adorned with colorful jewelry. Wearing a veil on her head and brightly colored clothes, she seemed to be a mysterious and unreliable figure. A strange aroma in the air, probably some kind of perfume, permeated the poorly lit tent, and there were strange decorative objects around.
Sameh took the Tarot deck and laid out the cards for Michi. Michi picked up a card and handed it to the witch, without turning it over first. The woman took the card, looked at it first, and then turned it over for Michi. "Misfortune," said the witch with a fake smile. "But why?" asked Michi, looking at the design of the card, now more fearful than curious. "You drew The Tower," replied the witch. "It's really an unlucky young woman."
Michi had a bit of bad luck, it was true, but she did not want to believe it and went to Sameh's tent to get a definite answer. However, when the witch announced the card "The Tower" with a false air of sadness, Michi could not contain her irony and thought, "I already know that, you witch." Nevertheless, the young woman was afraid of saying anything to Sameh, after all, she was a witch and that made her apprehensive.
But there was something strange in the witch's voice, something that Michi could not identify. The atmosphere of the tent was oppressive, and she began to feel restless. Should she really have come here? Did the witch know something she didn't?...)
